Não há nenhuma novidade científica que pode haver uma influência do alongamento na geração de força muscular. Porém não há um consenso na literatura referente à diferentes métodos de alongamento, intensidade do alongamento (leve, moderado ou intenso) e principalmente em relação ao tempo de execução do alongamento na geração da força (maior ou menor que 60 segundos).
Em relação ao tempo de alongamento estático, alguns estudos sugerem que quando é menor que 45 segundos em intensidades leves e moderadas, parece não causar perdas significativas de força. Com o aumento do tempo de alongamento (≥ 60 segundos), há uma chance significativamente maior de haver redução de força. Porém ainda há poucos estudos conclusivos sobre um tempo menor que trinta segundos de alongamento antes da geração de força.
Publicado agora em 2015 no “MTP & Rehab. Journal”, nosso objetivo foi avaliar se a execução de uma série de alongamento de alta intensidade (flexionamento ou alongamento até sua amplitude máxima) com duração de dez segundos poderia influenciar negativamente a geração de força. Foram avaliados nove voluntários saudáveis praticantes de musculação. A força máxima foi avaliada com e sem a utilização de uma série de alongamento anteriormente ao teste de 1 RM (teste e reteste). Os resultados mostram que a utilização da manobra de flexionamento com duração de 10 segundos nos níveis de 8 a 10 da escala visual analógica de dor (classificado como intenso) foi suficiente para deprimir a força máxima (p=0,021; IC95%=0,42-4,01) gerada no exercício de supino.
Estes dados sugerem que o alongamento pode interferir negativamente na geração da força máxima até mesmo com pouco tempo de execução.
Agradeço e parabenizo os autores do trabalho, meus alunos de graduação e hoje grandes profissionais da área: Henrique Di Mauro , Junior Moriggi, Sergio De Carvalho Dias e a Jaqueline Matos, que está comigo no projeto Ciência na Prática na PlennaCare
(no prelo) Di Mauro HS, Moriggi Junior R, Dias SC, de Matos JM, Urtado CB.Ten seconds of passive stretching reduces the maximum strength. MTP&RehabJournal 2015, 13:005
Nenhum comentário:
Postar um comentário